A relação com o corpo
May 1, 2016 9:50:29 GMT
Post by Orlando on May 1, 2016 9:50:29 GMT
Em certas fases da adolescência tive uma boa relação com o corpo. Tinha prazer em correr, prazer em estar cansado depois de um bom treino. Quando entrei para a faculdade esqueci-me de que tinha um corpo. Só me voltei a lembrar quando consolidei a minha carreira e passei pela crise da meia idade. De repente tudo o que tinha atingido com tanto trabalho passou a quase não ter significado. Aí decidi-me a "aperfeiçoar o meu corpo". Passe horas sem fim na passadeira para perder peso. Fiz bastante yoga. Quando feito com o espírito errado, acabmos por pagar um preço. Paguei-o com várias lesões, uma delas bem grave. Perdi todo o peso que queria perder, tinha uma forma física notável, mas voltei à estaca zero.
Felizmente raramente passei por umas das atitudes mais perniciosas para com o corpo: Olhar para ele como olhamos para o nosso carro. Quando há problemas, o mecanico que trate deles. Pagasse bem caro por este tipo de objectificação do nosso corpo.
Outra forma de objetificação perniciosa é olhar para ele como um meio para manter o nosso status ou o nosso sex appeal. "Claro que tenho problemas, mas se estiver magro..."
Não posso dizer que não passei por isso.
O pior de tudo é ignorar as mensagens que ele nos envia. Assim tem que enviar mensagens mais fortes. Por exemplo, uma necessidade compulsiva de comer. Enquanto não o ouvirmos não podemos esperar que essa compulsão desapareça.
Tenho pouco a pouco melhorado a minha relação com o corpo. Acho que para isto não há receitas, cada um tem de descobrir o seu caminho.
Para já parece-me que o mais importante é mostrar que uns quantos caminhos que parecem interessantes acabam por ser becos sem saída.
Felizmente raramente passei por umas das atitudes mais perniciosas para com o corpo: Olhar para ele como olhamos para o nosso carro. Quando há problemas, o mecanico que trate deles. Pagasse bem caro por este tipo de objectificação do nosso corpo.
Outra forma de objetificação perniciosa é olhar para ele como um meio para manter o nosso status ou o nosso sex appeal. "Claro que tenho problemas, mas se estiver magro..."
Não posso dizer que não passei por isso.
O pior de tudo é ignorar as mensagens que ele nos envia. Assim tem que enviar mensagens mais fortes. Por exemplo, uma necessidade compulsiva de comer. Enquanto não o ouvirmos não podemos esperar que essa compulsão desapareça.
Tenho pouco a pouco melhorado a minha relação com o corpo. Acho que para isto não há receitas, cada um tem de descobrir o seu caminho.
Para já parece-me que o mais importante é mostrar que uns quantos caminhos que parecem interessantes acabam por ser becos sem saída.